COSMÉTICOS NATURAIS: INGREDIENTES PERMITIDOS E PROIBIDOS PELO IBD
Cabelo, Pele e Unha

COSMÉTICOS NATURAIS: INGREDIENTES PERMITIDOS E PROIBIDOS PELO IBD



Oi galera!

Sempre pinta uma dúvida na hora de comprar um produto que diz ser natural, né?
Então aqui vão as listas de ingredientes permitidos e proibidos pelo IBD (Instituto Biodinâmico) para cosméticos naturais, e aí na dúvida, é só olhar a composição.
Falei sobre como funciona a certificação de produtos orgânicos aqui.



Matérias primas permitidas na cosmética natural 
e orgânicos certificados –IBD:

Adjuvantes (Conservantes, corretores pH, antioxidantes, quelantes e corantes)

Ácido benzóico: é um composto aromático que ocorre naturalmente em bálsamos e resinas
vegetais. É usado como conservante de alimentos, porém sua ação se dá, principalmente, contra
fungos.

Ácido cítrico: presente em muitos vegetais, comercialmente pode ser obtido a partir de processos
fermentativos de carboidratos. Em cosmético é muito utilizado como adjuvante em formulações
com as funções de ajuste de pH e antioxidante.

Ácido dehidroacético: O ácido dehidroacético tem sido aceito pelas certificadoras como
conservante. Não é um conservante natural, mas é não aromático e não liberador de formaldeído.

Ácido ferúlico: presente em pequenas quantidades num vasto número de plantas, este ácido pode
ser empregado em cosméticos orgânicos como antioxidante e conservante.

Ácido fítico: quelante obtido do farelo do trigo

Ácido lático: é obtido por fermentação da lactose, sacarose, amido ou glicose. Em cosméticos é
usado como adjuvante no ajuste de pH e ativo esfoliante. Quando neutralizado forma lactato que
tem propriedade hidratante.

Ácido sórbico: encontra naturalmente em algumas frutas, é usado, freqüentemente, em industria
de alimentos como conservante. Na indústria cosmética tem a mesma aplicação.

Álcool benzílico: o álcool benzílico, é um álcool aromático que pode ser encontrado como
componentes de óleos essenciais. É biodegradável e parece não acumular na natureza.

Alfa-tocoferol (Vitamina E): Anti-oxidante natural obtido de óleos vegetais comestíveis como soja e girassol, através de destilação molecular, seja centrifuga ou por gravidade, que separa
moléculas complexas, vitaminas de recursos naturais.

Benzoato de sódio ou Benzoato de potássio: são sais sódicos ou potássicos do ácido benzóico. Os benzoatos podem ser encontrados naturalmente em frutos, cogumelos, canela e outros vegetais. Para propósito comercial são produzidos a partir de síntese química. Estas substâncias são
empregadas em alimentos e cosméticos como preservante microbiológico.

Corantes naturais: norbixina, curcumina, luteína, caroteno, clorofila, antocianina, betanina são
compostos químicos naturais derivados, respectivamente, urucum, curcuma, girassol, vegetais
verdes, uva e beterraba que conferem cor. São empregados com freqüência em produtos
alimentícios.

Dióxido de titânio: composto inorgânico extraído na forma de mineral rutilo, anatase ou obtido
sinteticamente. Em cosmético é usado como filtro solar, opacificante e cobertura.

Farnesol: é um composto orgânico que é um álcool acíclico sesquiterpeno encontrado sob a forma
de um líquido incolor. É insolúvel na água, mas mistura-se com óleos. Farnesol é o derivado do Farnesol Pirofosfato (FPP). É o elemento básico da maioria dos (talvez de todos os) sesquiterpenóides acíclicos e é um importante composto para iniciar a síntese orgânica. Está presente em muitos óleos essenciais tais como citronela, néroli, ciclâmen, capim limão, tuberosa, rosa, almíscar, bálsamo e tolu. É usado na perfumaria para acentuar os odores dos perfumes florais doces. Seu método de realçar o aroma do perfume é como um co-solvente que regula a volatilidade dos odoríferos. É especialmente usado em perfumes da flor lilás.

Hidróxido de sódio ou Hidróxido de potássio: usado na fabricação de sabões e como alcali para correção de pH.

Lonicera caprifolium/ Lonicera japonica: conservante natural de amplo espectro de ação.

Óleo de alecrim: óleo essencial de alecrim com ação antioxidante e conservante. Outros óleos
essenciais também têm ação conservante e antioxidante.

Oleuropeina: antioxidante extraído das folhas de oliva. Pode, também, auxiliar a preservação
microbiológica dos produtos.

Sorbato de potássio: derivado do ácido sórbico é usado, freqüentemente, em indústria de
alimentos como conservante. Na indústria cosmética tem a mesma aplicação.

Talco: é um mineral formado por um silicato hidratado de magnésio, extraído de reservas naturais. Em cosméticos é usado como opacificante, cobertura e veículos para formulações em pó.


Emolientes 
Ácidos graxos e seus condensados de origem agrícola: são matérias-primas produzidas a partir de triglicerídeos vegetais (óleo vegetais).

Erucato de oleila: é um éster obtido do álcool oléico e do ácido erúcico (omega 9), normalmente obtido de semente de colza e mostarda, duas matérias-primas naturais.

Lanolina: obtida da gordura extraída da lã. Esta gordura de lã é um resíduo obtido na lavagem da
lã do carneiro, onde a lã é direcionada aos lanifícios e o subproduto (graxo) é utilizado na produção da lanolina para aplicação na área cosmética e farmacêutica.

Manteigas vegetais: são misturas de triglicerídeos naturais com auto teor de ácidos graxos
saturados.

Óleos vegetais: são triglicerídeos produzidos pelas sementes de alguns vegetais e armazenados
nas mesmas. A extração destes óleos se dá, tradicionalmente, por prensagem ou uso de solventes
orgânicos. Também pode ser usado gás carbônico.


Espessantes lipofílicos 
Álcool berrênico: é um derivado de triglicérideos naturais (óleos vegetais), portanto um produto
derivado de óleo vegetal. Não pode ser considerado uma matéria-prima orgânica, pois o mesmo é
obtido a partir de um processamento do óleo vegetal.

Álcool cetílico: é um álcool graxo com 16 átomos de carbono extraído a partir de óleos naturais de coco e palmiste, porém pode ter, também, origem sintética e animal.

Álcool cetoestearílico: é uma mistura de álcool cetílico e estearílico na proporção de 30/70 ou 50/50, empregado como doador de viscosidade e opacificante de formulações cosméticas.

Álcool estearílico: é um álcool graxo com 18 átomos de carbono extraído a partir de óleos
naturais de coco e palmiste, porém pode ter, também, origem sintética e animal.

Ceras naturais: são formadas principalmente por ésteres cerosos produzidos por plantas ou
animais invertebrados como a cera de abelhas. Estas ceras são coletadas de seu ambiente natural, purificadas e utilizadas em formulações cosméticas, principalmente, com a finalidade de aumentar a viscosidade de produtos e possibilitar a obtenção de formulações sólidas moldadas.

Monoestearato de glicerila, estearato de glicerila ou MEG: consiste de uma mistura de mono,di e triéster de gliceríla, predominando o monoéster, daí o nome monoestearato de glicerila. O MEG é obtido a partir da esterificação de glicerina animal ou vegetal como ácido esteárico de origem natural ou animal. Além de espessante e estabilizante de formulações.

Ativos 
Aminoácidos: são os compostos químicos de base na formação das proteínas animais e vegetais.
Podem ser obtidos, para emprego em cosméticos, a partir de hidrolise química ou enzimática de
proteínas naturais ou por processos de fermentação. São usados em produtos para cuidados da pele
e cabelos.

Alfa bisabolol: é um álcool sesquiterpênico monocíclico insaturado com propriedades antiinflamatória e bactericida. Esta matéria-prima origina-se de produtos naturais e, normalmente, a extração do mesmo se dá através da destilação direta. Em cosméticos é usado como ativo em irritação e pequenas lesões cutâneas.

Extratos glicólicos: são extratos de plantas obtidos por maceração da referida planta em solvente glicólico como a glicerina ou misturas de solventes. No caso dos extratos glicólicos deve ser
observado a origem do líquido extrator. Não se pode usar propilenoglicol, butilenogilcol, etilenoglicol e polietilenoglicol.

Lactato de potássio: é um sal higroscópico com alta afinidade por água usado na indústria de
alimentos como conservante de carnes por reduzir atividade de água e interferir no metabolismo bacteriano. Na industria cosmética pode ser usado como hidratante cutâneo.

Proteínas hidrolisadas vegetais: são obtidos a partir da hidrolise química ou enzimática de proteínas naturais. Em cosméticos são usados em produtos para cuidados da pele e cabelos.

Retinóides: este termo refere-se a um grande número de compostos como a vitamina A e seus
derivados sintéticos e naturais. Algumas plantas podem produzir derivados de vitamina A que ao serem extraídos podem ser usados em cosméticos orgânicos ou naturais.

Tensoativos / Surfactantes
Alquil glucosídeos: são matérias-primas derivadas de produtos naturais. Alquil glucosídeos é um termo genérico usado para designar matérias-primas elaboradas a partir da condensação de moléculas de carboidratos naturais (glucosídeos) e álcoois graxos naturais (alquil). Dependendo do alqui glucosídeo formado o mesmo pode ter aplicação nas formulações de emulsões ou shampoos.

Estearato de potássio ou sódio: são tensoativos obtidos a partir da reação de ácido esteárico natural ou animal com hidróxido de potássio ou sódio. Os estearatos são empregados em
cosméticos nas formulações de emulsões, espumas para barbear, sabonetes e obtenção de formulações moldadas.

Glucose Lauril: produzido a partir de um açúcar (glucose) e ácido graxo vegetal com cadeia
carbônica C8-16, num processo conhecido como acetilização. Apesar das matérias-primas utilizadas
na síntese do tensoativo serem naturais o processo envolve adição de adjuvantes químicos para que a reação ocorra, assim sendo o produto é um “coco glucosídeo feito com ácido graxo de coco e glucose”. Desta forma o produto não é 100% natural, mas sim obtido com matérias-primas
naturais. O lauril glucosídeo apresenta baixa toxicidade é biodegradável e assimilado por bactérias
aeróbicas e anaeróbicas.

Glucose Decil: é produzido a partir de um açúcar (glucose) e ácido graxo vegetal, normalmente,
de coco com cadeia carbônica C12-16, num processo conhecido como acetilização. Apesar das matérias-primas utilizadas na síntese do tensoativo serem naturais o processo envolve adição de adjuvantes químicos para que a reação ocorra, assim sendo o produto é rotulado como “coco glucosídeo feito com ácido graxo de coco e glucose”. O decil glucosídeo apresenta baixa toxicidade é biodegradável e assimilado por bactérias aeróbicas e anaeróbicas.

Glucósidos cetearílicos de germe/palha de trigo (e) álcool cetearílico: tensoativo produzido a base de glucose do germe do trigo ou carboidrato da palha do trigo e ácido graxo de coco, misturado ao ácido graxo álcool cetoestearílico.

Glutamato dissódico com óleo de côco: é obtido a partir da esterificação do óleo de coco com sal do ácido glutâmico. O ácido glutâmico está presente em quase todos os tipos de proteínas que encontramos nos alimentos e é usado pelos animais para síntese de proteínas em seus organismos.
O ácido glutâmico pode ser obtido por processos de fermentação ou hidrolise de proteínas naturais permitidos pelo IBD. O sal ácido glutâmico, glutamato de sódio, é muito usado na indústria
alimentícia.

Lecitinas: são lipídeos naturais que contêm fosfato em sua estrutura daí, muitas vezes, serem
chamados de lipídeos polares, característica que confere, a esta classe de substâncias, propriedades tensoativas. Assim sendo, podem ser usadas em formulações de emulsões cosméticas e, dependendo da lecitina, pode ter propriedades antioxidantes. Não pode ser utilizada lecitina derivada de vegetais geneticamente modificados.

Olivato cetearílico: tensoativo produzido a base e ácido graxo de oliva e sorbitol.

Olivato sorbitano: tensoativo produzido a base e ácido graxo de oliva e sorbitol.

Poliglucósidos baseados em álcool graxo natural C10-C16: são tensoativos a base de ácidos graxos naturais e carboidratos, portanto matérias-primas derivadas de naturais.

Proteína de trigo hidrolisada olivoyl: tensoativo produzido a base de hidrolisado de proteína do trigo e ácido graxo de coco.


Espessantes hidrofílicos 
Alginatos: polissacarídeos derivados de algas marrons utilizado na indústria de alimentos como
espessante.

Amidos naturais: os amidos naturais de mandioca, batata e milho, normalmente utilizados como
espessantes, desde que não modificados, podem ser empregados em formulações orgânicas.

Argila: é um silicato de alumínio hidratado, composto por alumínio (óxido de alumínio), sílica (óxido de silício) e água, resultante da decomposição por ataques químicos ou físicos de rochas feldspáticas produzindo fragmentos de partículas muito pequenos.

Carragenas: hidrocolóide extraído de algas marinhas vermelhas muito empregada na indústria
alimentícia como espessante, geleificante, estabilizante e agente suspensor.

Goma Esclerotium: polímero obtido por biotecnologia a partir da fermentação da glucose pelo
fungo Esclerotium rolfisii.

Goma xantana: Normalmente é obtida por processo biotecnológico.


Umectantes 
Glicerina vegetal: o glicerol está presente em todos os óleos e gorduras naturais combinado aos ácidos graxos para formar os triglicerídeos. A glicerina é obtida em sua grande maioria a partir da
saponificação do óleo vegetal ou gordura animal. Não pode, em cosméticos orgânicos e naturais, utilizar glicerina de origem animal.

Goma Biossacarídica: polissacarídeo, biopolímero, obtido por processos biotecnológicos. Pode ser empregado em formulações cosméticas como umectante e ainda para melhorar o sensorial.

Sorbitol: é um açúcar de álcool que pode ser encontrado naturalmente ou obtido a partir da glicose.



Ingredientes proibidos na cosmética natural 
e orgânicos certificados –IBD:


Álcool isopropílico ou Isopropanol ou 2-propanol: uma substância química incolor e de forte odor, sendo o mais simples exemplo de um álcool secundário. É isômero do propanol. É usado como um solvente na indústria farmacêutica, para resinas e ésteres de celulose

Carboximetilcelulose sódica: é um derivado da celulose, polímero de base para sua síntese, hidrolisado em polímeros menores que o original, que reagem com monocloroacetato de sódio ou
outros compostos sintéticos.

Celulose hidroxietílica (CHE): derivado não anionico de cellulose, com grupos hidroxietil ligados na estrutura do polímero. As fibras da celulose são expostas á soda caustica e ao óxido de
etileno para formar a CHE.

Cocoamidopropil betaína: matéria-prima produzida com ácido graxo de coco e dimetil
carboximetil betaína (sintético), portanto, um derivado semi-sintético, onde uma das partes da molécula é natural e a outra não.

Etanolamina de acido graxo oléico (mono-, di-, tri): Monoetanolamina é produzida reagindo óxido de etileno com amônia aquosa; a reação também produz dietanolamina (DEA), e
trietanolamina. DEA pode reagir com outros ingredientes das formulações cosméticas para formar o nitrosodietanolamina (NDEA), potencialmente carcerígena. NDEA é absorvido rapidamente pela pele e está relacionado a câncer de estômago, esôfago, fígado e bexiga.

Dimeticona ou Polidimetilsiloxano: pertence ao grupo de compostos poliméricos organosiliconados que são comumente chamados de silicones. A Dimeticona é uma de diversos tipos de
óleos de silicone (siloxano polimerizado).

Extratos vegetais obtidos com propilenoglicol, butilenoglicol, ou etilenoglicol (usar somente os obtidos por extração com glicerina, água e/ou sorbitol).

Lauril éter sulfato de sódio (SLES): derivado da etoxilação de alcool docecil do Lauril Sulfato de Sodio, o qual é sintetizado reagindo lauril álcool com ácido sulfúrico para produzir Lauril
sulfato de hidrogênio, por sua vez neutralizado pela adição de carbonato de sódio.

Fenoxietanol (álcool fenoxietil, eter glycol monofenil): fenoxitanol é um éter glicólico. Diversos
estudos sobre animais demonstram que o fenoxietanol tem efeitos adversos sobre o cérebro e o sistema nervoso, assim como mudanças cromossômicas e mutações genéticas, atrofia testicular e danos no sistema reprodutivo. O fenoxietanol se degrada em fenol e acetaldeído. O fenol pode afetar os mecanismos primários de resposta do sistema imunológico. O acetaldeído é suspeito de ser carcinogênico. Estudos de inalação mostram irritação dos olhos, da pelo e das vias respiratórias.

Parabenos: os parabenos são produzidos sinteticamente por esterificação do ácido parahidroxibenzóico com um álcool. Parabenos podem causar irritação da pele e reações alérgicas
diversas. Alguns estudos scientíficos sugerem uma ligação entre o uso de parabenos em desodorantes e cosméticos, e o desenvolvimento de câncer de mama. Falei mais sobre eles aqui.

Polímero cruzado de alquil acrilato/acrilato. Polímero 100% sintético.

Tetraestearato de pentaeritritol: obtido através de etoxilação.


Obs: Alguns produtos são certificados pelo IBD, outros pela ECOCERT, e outros por ambos.

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